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Como Fazer Yoga Sozinho Com Segurança


Foto: Laura Britto


Em tempos em que nos engajamos cada vez mais em atividades físicas online, fazer Yoga em casa entrou na rotina de muitas pessoas. Frente a esse novo formato de aula, existem alguns cuidados essenciais a serem tomados na manutenção da sua saúde.


Na construção da prática pessoal (o Sadhana - em sânscrito), os Asanas e seus alinhamentos merecem atenção especial. É importante ressaltar que mente e corpo não se separam no Yoga: denso e sutil caminham juntos; portanto a forma como você se coloca fisicamente no tapetinho nada mais é do que uma ferramenta, uma oportunidade de observar os seus padrões mentais frente a uma série de situações (ora favoráveis, ora desfavoráveis).


Segundo Patanjali (o sábio que codificou o Yoga), um Asana atinge a perfeição quando é cessado o esforço em realizá-lo; se tornando uma atitude (interior e exterior) de firmeza e conforto.

Com essas ideias centrais em mente, vamos as dicas!


1. Respeite as possibilidades do seu corpo no momento presente


O corpo físico é a sua casa nessa existência, uma dádiva, um veículo para que você possa usufruir e experienciar a vida. Portanto, zele por ele.


Nesse sentido, existe um princípio do Yoga que devemos respeitar:

Ahimsa - a não-violência.


Conheça os princípios fundamento do Yoga AQUI


Esteja atento para observar e criar os seus próprios referencias internos, o autoconhecimento fisiológico também é fundamental: os seus batimentos cardíacos, ritmo respiratório e suor condizem com o esforço que você está fazendo ou estão muito fortes?


Existem também tipos de percepção de dor. A sensação de um alongamento saudável é profunda - e é possível suavizá-la através da respiração. Já quando você ultrapassa esse limite e sofre uma lesão (como um estiramento, por exemplo) o sentimento é agudo e totalmente desagradável.


Na dúvida, sempre opte por uma atitude mais conservadora. Não comprometa, por nenhum motivo, a sua integridade física.


E lembre-se, só uma pessoa que respeita e cuida de si mesmx é capaz de levar essa maneira amorosa de agir para fora do tapetinho: para o mundo, para suas relações e para a natureza.




2. Entenda a prática como um caminho de evolução constante


Por trás de cada postura desafiadora que você vê em fotos está um longo processo de comprometimento e cuidado por trás. Não se deixe levar pela instantaneidade das imagens.


Cada corpo tem uma história, cada pessoa tem suas possibilidades. Comece de onde você está e seja o seu próprio e único parâmetro de comparação. Entenda que tudo é movimento e que existirão momentos em que sua prática vai estar fluindo com mais facilidade, outros nem tanto.


Existem também limitações - coisas que provavelmente, mesmo com muito treino, você não conseguirá fazer. E está tudo bem. Reconheça essa verdade, observe como você se sente. A cada dificuldade, lembre-se também de todas as outras coisas que você é capaz de fazer.


Conecte-se com o seu processo, agradeça pelo fato de estar vivo, saudável e atento a essas descobertas sobre você mesmo: isso é mais importante do que atingir qualquer coisa específica.



3. O mais importante na postura é o seu conteúdo interno


Embora haja uma forma básica que distingue cada postura, o que realmente importa em praticá-las é o conteúdo interno que é trazido durante a sua execução.


Uma asana visualmente lindo, mas feito por uma pessoa que está se machucando porque quer ser "melhor" do que fulano ou beltrano é o oposto do Yoga. Essa situação expõe não só o desrespeito do princípio da não-violência, mas também uma motivação totalmente equivocada em praticar.



4. Ative os seus centros de energia


Para preservar a integridade de toda a extensão da coluna é muito importante executar as posturas ativando dois dos seus centros de força: o assoalho pélvico e a parte baixa do abdômen. Respectivamente, no Yoga, essas contrações são chamadas de Mulah e Uddiyana Bandha.


Na prática, a ativação do primeiro centro é semelhante a "força" que você faz quando está apertado para fazer xixi e precisa segurar. Já para ativar o segundo centro basta recolher o umbigo para dentro. Ambas as ações devem ser feitas com suavidade.



5. Espaço e ar nunca podem faltar


Está numa postura de Yoga e se sente espremido ou sem ar? Então com certeza você não está fazendo de forma correta. Pare e revise. É provável que você ainda não esteja pronto para executar essa variação específica, que precise dar um passo "para trás" e adaptar.


As ações que compõe o Yoga físico sempre devem possibilitar a fluidez da respiração. A cada ciclo de entrada e saída de ar você deve ter a sensação de que está crescendo, descomprimindo, ganhando espaço.


Uma outra dica para que sua prática ocorra em segurança é seguir a orientação de professorxs qualificadxs. Parece redundante, mas praticar por conta própria muitas vezes te leva a dar voltas no mesmo lugar. Um olhar de experiência a partir de uma outra perspectiva pode te revelar insights muito poderosos: trazer luz, fluidez e motivação para o caminho - esse é o papel de um mestre. Então busque referências que te inspiram, que te acrescentam e mantenha-se sempre abertx para trocar e evoluir.



6. Os detalhes fazem diferença


Por fim, para aumentar a segurança da prática, utilize roupas leves e confortáveis que não restrinjam os movimentos. Encontre um espaço silencioso, limpo, arejado e minimamente livre. Evite praticar de barriga cheia, dê tempo para seu corpo assimilar energia e nutrientes da última refeição antes de iniciar os asanas – duas horas é uma boa medida para alimentação leve.


Novo no Yoga? Então não deixe de ler mais essas dicas para iniciantes!



Boa prática!

Namastê,


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