Foto: Zé Palma
Nas últimas décadas, o Yoga vem se tornando extremamente popular e, se você associa essa prática à posturas, meditação e trabalho do corpo, saiba que não está errado. O problema é que, com a grande facilidade em disseminarmos imagens nos dias de hoje, a visão do grande público tem se limitado a poses espetaculares, roupas exóticas e gurus iluminados nas redes sociais. Esse é um olhar clichê e que, por vezes, afasta muitas pessoas desse conhecimento por não se encaixarem nesse padrão específico: magrx, flexível, eruditx. Nesse post você vai conhecer a verdadeira essência do Yoga - simples e profunda - que vai de encontro a toda e qualquer discriminação e julgamento de valor: é para todxs! E, para quem se propõe a viver observando os seus valores mais universais, abre-se um caminho repleto de aprendizados e descobertas.
O que é Yoga?
O termo Yoga é derivado da palavra “Yuj”, que significa “unir”, “integrar” ou “controlar". Ou seja, o Yoga reconhece que as práticas físicas, mentais e espirituais se integram completamente. Essa ideia de união também diz respeito ao paradigma"eu"/"todo": o objetivo é despertar em cada praticante a consciência de unidade e completude, de reconhecer-se como parte integrante da natureza cósmica, sem dualidade, sem separação, sem falta.
Mas a essência dessa filosofia vai muito além: significa viver na busca do autoconhecimento e do seu equilíbrio interior; através de escolhas conscientes e responsáveis que produzam corpo, mente e relações mais saudáveis com as pessoas e situações a nossa volta.
Os pilares da prática
Para falar do Yoga como estilo de vida, é necessário falar também da literatura indiana clássica que sistematizou esse saber. O chamado "caminho dos oito passos", escrito pelo sábio Patañjali entre 200 e 400 a.C, é uma diretriz - um código de conduta - que todo yogin (praticante de Yoga) deve percorrer gradativamente em sua vida.
Os dois primeiros passos do caminho são os princípios éticos, os valores. Yama, o primeiro, compreende o que deve ser evitado: não usar nenhum tipo de violência (ahimsa); falar a verdade (satya); não roubar (asteya); não desvirtuar a sexualidade (brahmacharya); e não se apegar (aparigraha). O segundo, Nyama, traz recomendações do que deve ser cultivado: a purificação (sauchan); o contentamento (santosha); a austeridade ou o esforço sobre si próprio (tapas); o estudo de si próprio (svadhyaya); e a entrega à vida (ishvara pranidhana).
Os passos 3 e 4 trabalham a dimensão mais física e concreta do aprendizado: Asanas são as posturas firmes e confortáveis do corpo; já Pranayama cuida do controle da energia vital de forma mais sutil - a partir da respiração. Ela é a ponte que vai nos levando a atravessar da realidade do corpo para a realidade da mente.
Pratyahara - o domínio dos sentidos - é o quinto passo, um elo que marca a transição da jornada das 8 etapas, do exterior para o interior. Aqui, é preciso voltar a sua atenção para dentro e aguçar a consciência, tirando a percepção do automático e buscando tornar-se mais atento.
As etapas seguintes vem coroar um olhar de Yoga sobre a vida. Para despertar em cada um a ideia de que a felicidade é a nossa verdadeira natureza e que já temos tudo que precisamos dentro de nós; a ferramenta última é a meditação. Ela será a responsável por mostrar a cada pessoa que se propõe vivenciar esse caminho, a verdadeira experiência desse conceito.
Assim, Dharana - o sexto anga (braço) - é atingido quando somos capazes de direcionar nossa energia de forma focada, em um único ponto, desenvolvendo a concentração. Dhyana - o sétimo anga - é o estado a meditação em si: as distrações são eliminadas da mente com tranquilidade. E, por fim, em Samadhi - o oitavo anga - nos encontramos num estado de paz, tranquilidade e leveza muito profundos, sentindo que as questões individuais foram dissolvidas e substituídas pela comunhão com o todo, restando somente um estado de contentamento total.
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Namastê,
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