Esforço e Entrega: na natureza, assim como no Yoga
O trabalho de construir uma prática sólida de Yoga é semelhante ao trabalho da natureza em preparar um fruto. Leva tempo, amor e trabalho até que ambos estejam maduros.
Em comum, é necessário que haja o desejo pela execução e que essa vontade seja nobre (sustentada por mais do que somente a motivação do ego).
O mesmo pode se dizer da semente, que é a própria vontade de crescer e se desenvolver em seu estado de latência.
A terra também é muito importante: é indispensável ter um solo fértil e rico, um lugar em que as raízes possam crescer e se espalhar, transportando água e nutrientes por toda a sua extensão. Na prática, essa base é formada pelo corpo e mente do Yogin: em união, esses dois formarão o canal que, a todo momento, receberá aprendizados profundos de si. Cada lição aprendida no formato de experiência contém o potencial de fluir e transformar a vida daqueles que estejam de coração aberto para receber.
Outro ingrediente é o tempo, com todas as suas bênçãos e intempéries: ciclos de luz, ciclos de chuva, ventos fortes que sacolejam tudo, brisas leves, canto de passarinhos e enfim é chegada a hora exata de frutificar o mais doce e delicioso exemplar. Para o praticante, o paralelo é a paciência: haverá dias de grande disposição e evolução, mas estarão igualmente presentes a preguiça e a resistência. O aprendizado aqui é a compreensão das coisas como elas são - acolhendo e celebrando igualmente os "desafios" e as "conquistas".
A maior riqueza desse processo de amadurecer está em se tornar um observador cada vez mais consciente de si mesmo e perceber que cada fruto doce contém também uma história de renúncia e persistência. Somos esses frutos; e a natureza, assim como o Yoga, nos trazem a sabedoria de como agir em cada ciclo: horas com esforço e ação (tapas), horas com espera e entrega (ishvarapranidhana). E como é lindo o processo de flores - ser!
Namastê.
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